quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Sobre o mais recente salseiro...

É engraçado observar o que acontece quando a mídia resolve entrar em ação... "Valdívia se machuca atuando pela seleção chilena" - pronto!!! Era tudo o que eles queriam para plantar mais uma crise no Palmeiras.

E... Eles conseguiram!!! 

Foi o suficiente para um confronto entre a parte da torcida que apóia  o Mago e a parte que quer a sua saída. O suficiente para torcedores caírem matando em cima do Valdivia, via Twitter,  e para ele, que não leva desaforo pra casa, rebater as críticas de forma arisca. Pra colocar mais lenha nesse incêndio, a diretoria, mais uma vez, é omissa e reticente. E pronto! Estava armado mais um circo... Em um momento terrível que vive o time (sim, existe um time jogando, disputando o Brasileiro, no meio de tudo isso).

Na guerra via Twitter, muitos torcedores magoados declaravam que o Mago estava indo tarde, que já não prestava pra nada mesmo. E degladiavam-se, sem nem mesmo o objeto da discussão ter dito nada concreto se iria embora ou não.

A questão é: nós já estamos calejados! Já vimos esse filme uma vez, certo? Foi a mesmíssima coisa com o Kléber. Ninguém esperou pra saber qual era a posição do cara, e já cairam matando em cima dele. E criaram aquele clima horrível dentro do clube. Agora, foi a mesma coisa. E há quem diga que foi culpa do Mago, que foi ele quem criou o clima ruim, que ele é que está sem vontade de jogar, etc etc etc.

Bem, uma coisa é fato: ele não é o mesmo. Isso até o próprio disse. Eu mesma cheguei a pensar que talvez fosse o melhor pros dois a saída do Mago (e meus tweets estão de prova). Porém, devemos ser coerentes e sensatos. Quem arma esse time hoje? Sem o Mago, como o nosso time tem jogado? Pra mim, o adjetivo "horrível"  é pouco. Mas, há quem diga que o Mago deveria sair, porque o benefício não tem compensado o alto custo para os cofres do clube. Também sou obrigada a concordar nesse ponto, em parte. Porque há de se convir que ele participou de poucos jogos, mas foram estes que salvaram a pátria. Ou estou errada? Ele estava lá quando o Palmeiras levou 6 gols do Coxa? O que aconteceu quando ele se contundiu na semifinal contra o Corínthians? O time não cria sem ele. Ele estando com o rendimento baixo ainda é melhor do que todos os "supostos armadores" que temos hoje.

Daí, me vem contabilidade... "Faltam dez jogos para encerrar a temporada... E de quantos ele vai participar?". E esse pensamento a curto prazo? Quem é que ontem mesmo estava cobrando planejamento?

Veja bem, tenho os meus motivos particulares para gostar do Valdivia mais do que a maioria dos torcedores, mas eu sei separar as coisas. Sei separar coração e razão. E sei separar jogador do que é a grandiosidade Palmeiras. Antes, muito antes de surgir Valdivia, meu coração já era verde.
Mas não me parece inteligente dispensar um jogador da qualidade dele, sem ter alguém, no mínimo, equivalente, no banco. Pra mim, inteligente seria mandar embora Tinga, Rivaldo, Patrick, João Vitor, e trazer gente de qualidade, alguém que consiga acompanhar o raciocínio do armador (seja ele quem for!) e, pelo amor de Deus, alguém que saiba se posicionar na área, pra receber a bola e chutar pro gol! Além disso, é preciso dar liberdade para o cara criar as jogadas. Não adianta ter um jogador genial no cartel e ordenar que ele marque. Uma coisa é apertar a saída de bola do adversário. Outra é exigir que o jogador (de criação) se limite a marcar o adversário e, quando conseguir desarmar o adversário, fazer uma firulinha até alguém chegar (quem?) pra receber a bola. O time era outro em 2008 e o esquema tático era outro em 2008.

Espero que tudo isso tenha servido pra alguma coisa. Espero que uns e outros acordem pra vida e percebam que isso aqui é Palmeiras. É time grande, que tem que se comportar como time grande, ter postura de grande. Em respeito aos torcedores que não aguentam mais medíocridades. Em respeito à história desse clube.

E, pra torcida, fica a lição: papel de torcedor é apoiar o time e não colocar mais lenha na fogueira. É lembrar aos dirigentes, em primeiro lugar, que dirigir o Palmeiras é coisa séria.