segunda-feira, 25 de julho de 2011

Além das cornetas...

Ontem, após a derrota do Palmeiras diante do Fluminense, constatei que, finalmente, havia entendido o 'pensar de treinador'. Aquela velha tecla na qual eles, treinadores, sempre batem: "é preciso avaliar o todo, há muito trabalho, trabalho duro, que ninguém percebe. O que todos querem é o resultado, mas não é assim que funciona". Eu ouvi essa frase, não exatamente com essas palavras, saindo da boca de Muricy Ramalho (após a conquista da Libertadores, nesse ano, pelo Santos), de Mano Menezes (após a eliminação da seleção brasileira na Copa América), de Luis Felipe Scolari (muitas vezes), entre outros, que não me vem à cabeça agora. Observe que são situações diversas, uma gloriosa vitória, a conquista da América, a derrota humilhante ante o Paraguai ou o cotidiano de entrevistas concedidas após partidas dos campeonatos nacionais. Mas a frase é sempre a mesma. E, depois de muito esforço para tentar entender esse raciocínio, ontem pude entender. E, por isso, a derrota alviverde não me desesperou.

Se analisarmos com calma, concluiremos que esse time, presente em campo ontem, não tem jogado junto. Desde o início da temporada, foram seguidas lesões, hora em um jogador, hora em outro, hora em vários ao mesmo tempo... Jogadores chegaram, jogadores foram embora... Enfim, para que um time consiga ser regular, é preciso jogar junto. Chuto que seja necessária uma sequência de, no mínimo, dez jogos, para que o time possa se entender em campo. 

Quem se deu ao trabalho (prazeroso) de assistir aos jogos do Chile na Copa América, com certeza reparou nos toques precisos, lançamentos perfeitos, a sintonia do time, como um todo (é claro que devemos, nessa análise, deixar de fora os momentos de tensão e nervosismo, que atrapalharam o desempenho). Isso por que? Por que temos a sensação de que os chilenos se comunicam por telepatia? Porque jogam juntos desde as categorias de base. A maioria já se conhece, já sabe onde o companheiro vai estar posicionado, qual é o seu estilo de jogo.

Então, o que vejo, agora, é que teremos que ter paciência. (E sei que muitos dirão: "Paciência?! Mais?!") Chegaram reforços importantes, o Valdivia voltou para dar consistência e criatividade ao meio-campo ofensivo, muita coisa irá mudar. Mas NÃO SERÁ da noite para o dia. É preciso trabalhar o time. É preciso que Luis Felipe estude as possibilidades de cada jogador, a capacidade técnica e resistência, as características de cada um, para compor o elenco e o esquema tático da melhor forma possível. E o que nos resta, é confiar.

E, vale lembrar, principalmente aos corneteiros de plantão:
Enquanto todos voltavam os olhos e os ouvidos para Kléber e seu "relacionamento extra-conjugal" com o Flamengo (nem ao menos se tem certeza se realmente aconteceu!), Marcos Assunção, Luan, muitos dos jogadores cornetados e vaiados ontem, estavam carregando o time nas costas. Conquistando vitórias. Ou será que já se esqueceram da vitória de 3x0 em cima do ATUAL campeão da Libertadores? Então, acho que devemos colocar os pés no chão,  pisar do freio, e pensar, antes de abrir a boca pra xingar. Porque a função da torcida é apoiar,  empurrar o time pra frente. Sou apaixonada pelo meu time, tanto quanto qualquer um que esteja indignado ao ver o Palmeiras na fila por tanto tempo. Nós podemos e devemos cobrar. Mas da pessoa certa, no momento certa e da forma certa. É preciso ter coerência, para não cometer injustiças, e acabar prejudicando ainda mais o time.

Forza, Palestra!!!!!!

 Ainda teremos muitas imágens como essas:

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Novelas e bolas de neve - Até quando?

Depois de algum tempo sem escrever, hoje, pensando sobre os comentários que fervilharam no Facebook e no Twitter, resolvi escrever.

Engraçado. Numa segunda-feira após o Palmeiras vencer um clássico contra o atual campeão da Libertadores (ambos os times, sem algumas de suas maiores estrelas), com o belo placar de 3x0, com um gol belíssimo do Patrick e outra pintura do brilhante garoto Maikon Leite, praticamente só o que se leu hoje nos comentários foram os nomes Kleber e Frizzo.
Interessante como nós, membros da torcida alviverde, demos mais importância, ou, mais relevância, ao “triângulo amoroso” Kleber – diretoria palmeirense – Flamengo.
E o que mais se perguntava era “mas o que o Kleber quer, senão aumento?”, referindo-se às suas declarações feitas durante um programa da emissora Bandeirantes, do qual participou no começo da tarde de hoje.
Há tempos, o nosso (sim, oficialmente AINDA é NOSSO!) Gladiador diz que quer RECONHECIMENTO. E ele disse, em suas declarações, que não quer aumento. Que, inclusive, abriu mão do ‘bicho’ (premio) oferecido após alguns jogos.
Ora, é simples. É até espantoso de tão simples.
Já é sabido que a nossa diretoria gosta de criar novelas dentro do clube. Estamos apenas na metade do ano e a diretoria já conseguiu criar novelas com quase todo o elenco do Palmeiras.
Por exemplo, durante a novela “Valdívia”, em que a diretoria, juntamente com alguns ‘torcedores’, atacavam ferozmente o jogador, devido às suas seguidas lesões (como se alguém gostasse de sentir dor, de se machucar… ou pior, como se alguém gostasse de ficar impossibilitado de fazer o seu trabalho e ser cobrado dia e noite sem sossego, sem ter condições de mostrar sua competência), o Kleber, praticamente sozinho, carregou esse time nas costas. Ele se lesionou e continuou jogando. E correndo. E se esforçando. Só que os holofotes estavam todos na direção do Mago, ou melhor, nas críticas que faziam a ele. Houve a novela “Luis Felipe”. Houve a novela “Marcos Assunção”. Durante todas elas, quem estava, literalmente, se “dilacerando” em campo? O Kléber. O problema, meus amigos, é que a memória é curta, não é mesmo? O ídolo de hoje, vira o mercenário de amanhã. É difícil nos lembrarmos das alegrias que aquele sujeito, que ofendemos hoje, nos proporcionou ontem, não é mesmo?

A preocupação existe, óbvio, todos ficamos apreensivos com a situação, porque todos gostamos do Gladiador, todos queremos que ele fique (não mais porque o time depende dele, mas porque QUEREMOS ele no time, porque ele FAZ PARTE do time). E, admito, também fiquei apreensiva e pedi à ele, como milhares de palmeirenses também pediram, via Twitter, que ele desse a sua versão. Queríamos saber o que ELE estava pensando de tudo isso. E a ausência de posicionamento por parte dele, nos deixou com a cabeça fervilhando, com diversas teorias (ainda mais pela falta de caráter da diretoria flamenguista – novidade! – que insiste em alimentar rumores falsos).
Pois bem, Kleber apareceu, deu sua cara a tapa, ao vivo, respondeu perguntas, esclareceu tudo, no que se refere à parte dele e AFIRMOU que quer ficar (e não importa seu relacionamento com a diretoria) e que vai jogar assim que estiver em condições físicas. Disse que não participou das últimas partidas por sentir dores e que havia avisado a diretoria que não mais jogaria sentindo dores. EU pergunto: “POR QUE?”. E EU MESMA respondo: “Por falta de reconhecimento”.
Será que é possível entender agora?
Talvez se imaginarmos um cenário não muito distante, num prazo de três ou quatro meses… Time que jogou ontem e que vem jogando há três partidas VENCEU por 3x0 o clássico contra o Santos. E qual o assunto de hoje? Discussões sobre problemas internos. Daqui há três meses, um Patrick ou até mesmo Maikon Leite, por exemplo, poderão explodir, cansados de trabalhar duro, conseguir resultados, e nem sequer serem notados, inclusive pela torcida. Daí, todos dirão “ELE QUER AUMENTO!!!!”. Um Flamengo fura-olho da vida vai fazer uma proposta indecente. Se algo acontecer, e a situação virar novela, logo dirão “MERCENÁRIO!!!”. E assim é.

Nós mesmos, sem querer, torcida alviverde, acabamos, senão criando, pelo menos, alimentando as crises internas do nosso clube. Será que não é o momento de refletir um pouco?

Como muitos disseram “o Palmeiras é maior, o Kleber que vá embora”. Concordo que o Palmeiras é maior que tudo e que todos. Não quero que o Kleber vá embora. Ele faz parte do Palmeiras agora. O sangue verde corre em suas veias.
Vejo que a “lama que ele jogou no ventilador” talvez seja mais para servir de alerta do que para benefício próprio (porque, francamente, ele está queimando o próprio filme com muitos dirigentes). Temos que pensar um pouco antes de acusarmos alguém. Principalmente alguém que nos deu alegrias. Que foi caçado em campo e permaneceu de pé, correndo, buscando a bola.
Deve partir de nós mesmos a postura de quem vê o Palmeiras maior do que tudo. A mídia, quando não tiver mais quem consuma e alimente sua nojeira, vai mudar de postura. A diretoria vai ser obrigada a mudar de postura.

É assim que eu vejo.  Espero que possa ter contribuído, pelo menos um pouquinho que seja, para que o ambiente alviverde seja mais pacífico. Em prol do nosso clube, do nosso futebol.