segunda-feira, 11 de julho de 2011

Novelas e bolas de neve - Até quando?

Depois de algum tempo sem escrever, hoje, pensando sobre os comentários que fervilharam no Facebook e no Twitter, resolvi escrever.

Engraçado. Numa segunda-feira após o Palmeiras vencer um clássico contra o atual campeão da Libertadores (ambos os times, sem algumas de suas maiores estrelas), com o belo placar de 3x0, com um gol belíssimo do Patrick e outra pintura do brilhante garoto Maikon Leite, praticamente só o que se leu hoje nos comentários foram os nomes Kleber e Frizzo.
Interessante como nós, membros da torcida alviverde, demos mais importância, ou, mais relevância, ao “triângulo amoroso” Kleber – diretoria palmeirense – Flamengo.
E o que mais se perguntava era “mas o que o Kleber quer, senão aumento?”, referindo-se às suas declarações feitas durante um programa da emissora Bandeirantes, do qual participou no começo da tarde de hoje.
Há tempos, o nosso (sim, oficialmente AINDA é NOSSO!) Gladiador diz que quer RECONHECIMENTO. E ele disse, em suas declarações, que não quer aumento. Que, inclusive, abriu mão do ‘bicho’ (premio) oferecido após alguns jogos.
Ora, é simples. É até espantoso de tão simples.
Já é sabido que a nossa diretoria gosta de criar novelas dentro do clube. Estamos apenas na metade do ano e a diretoria já conseguiu criar novelas com quase todo o elenco do Palmeiras.
Por exemplo, durante a novela “Valdívia”, em que a diretoria, juntamente com alguns ‘torcedores’, atacavam ferozmente o jogador, devido às suas seguidas lesões (como se alguém gostasse de sentir dor, de se machucar… ou pior, como se alguém gostasse de ficar impossibilitado de fazer o seu trabalho e ser cobrado dia e noite sem sossego, sem ter condições de mostrar sua competência), o Kleber, praticamente sozinho, carregou esse time nas costas. Ele se lesionou e continuou jogando. E correndo. E se esforçando. Só que os holofotes estavam todos na direção do Mago, ou melhor, nas críticas que faziam a ele. Houve a novela “Luis Felipe”. Houve a novela “Marcos Assunção”. Durante todas elas, quem estava, literalmente, se “dilacerando” em campo? O Kléber. O problema, meus amigos, é que a memória é curta, não é mesmo? O ídolo de hoje, vira o mercenário de amanhã. É difícil nos lembrarmos das alegrias que aquele sujeito, que ofendemos hoje, nos proporcionou ontem, não é mesmo?

A preocupação existe, óbvio, todos ficamos apreensivos com a situação, porque todos gostamos do Gladiador, todos queremos que ele fique (não mais porque o time depende dele, mas porque QUEREMOS ele no time, porque ele FAZ PARTE do time). E, admito, também fiquei apreensiva e pedi à ele, como milhares de palmeirenses também pediram, via Twitter, que ele desse a sua versão. Queríamos saber o que ELE estava pensando de tudo isso. E a ausência de posicionamento por parte dele, nos deixou com a cabeça fervilhando, com diversas teorias (ainda mais pela falta de caráter da diretoria flamenguista – novidade! – que insiste em alimentar rumores falsos).
Pois bem, Kleber apareceu, deu sua cara a tapa, ao vivo, respondeu perguntas, esclareceu tudo, no que se refere à parte dele e AFIRMOU que quer ficar (e não importa seu relacionamento com a diretoria) e que vai jogar assim que estiver em condições físicas. Disse que não participou das últimas partidas por sentir dores e que havia avisado a diretoria que não mais jogaria sentindo dores. EU pergunto: “POR QUE?”. E EU MESMA respondo: “Por falta de reconhecimento”.
Será que é possível entender agora?
Talvez se imaginarmos um cenário não muito distante, num prazo de três ou quatro meses… Time que jogou ontem e que vem jogando há três partidas VENCEU por 3x0 o clássico contra o Santos. E qual o assunto de hoje? Discussões sobre problemas internos. Daqui há três meses, um Patrick ou até mesmo Maikon Leite, por exemplo, poderão explodir, cansados de trabalhar duro, conseguir resultados, e nem sequer serem notados, inclusive pela torcida. Daí, todos dirão “ELE QUER AUMENTO!!!!”. Um Flamengo fura-olho da vida vai fazer uma proposta indecente. Se algo acontecer, e a situação virar novela, logo dirão “MERCENÁRIO!!!”. E assim é.

Nós mesmos, sem querer, torcida alviverde, acabamos, senão criando, pelo menos, alimentando as crises internas do nosso clube. Será que não é o momento de refletir um pouco?

Como muitos disseram “o Palmeiras é maior, o Kleber que vá embora”. Concordo que o Palmeiras é maior que tudo e que todos. Não quero que o Kleber vá embora. Ele faz parte do Palmeiras agora. O sangue verde corre em suas veias.
Vejo que a “lama que ele jogou no ventilador” talvez seja mais para servir de alerta do que para benefício próprio (porque, francamente, ele está queimando o próprio filme com muitos dirigentes). Temos que pensar um pouco antes de acusarmos alguém. Principalmente alguém que nos deu alegrias. Que foi caçado em campo e permaneceu de pé, correndo, buscando a bola.
Deve partir de nós mesmos a postura de quem vê o Palmeiras maior do que tudo. A mídia, quando não tiver mais quem consuma e alimente sua nojeira, vai mudar de postura. A diretoria vai ser obrigada a mudar de postura.

É assim que eu vejo.  Espero que possa ter contribuído, pelo menos um pouquinho que seja, para que o ambiente alviverde seja mais pacífico. Em prol do nosso clube, do nosso futebol.

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